O IV Encontro das Mulheres do Comércio e Serviço do Ceará aconteceu nessa sexta-feira (26), realizado pela Secretaria de Mulheres da Fetrace com o objetivo de promover espaço de diálogo e reflexão sobre questões essenciais para a saúde e a vida das mulheres, em especial diante dos desafios impostos pelo Projeto de Lei 1904/24.
Antes da formação das mesas, foi exibido um vídeo sobre Teresa de Benguela, líder quilombola do século XVIII, conhecida por sua resistência e liderança nas comunidades negras durante o Brasil colonial. Após o vídeo, todas as mulheres, em uníssono, proclamaram a palavra de ordem: “Pela vida das mulheres: para que todas sejamos livres”.
Mesa de Abertura
A mesa de abertura contou com a presença de Ana Claudia, da Secretaria de Mulheres da Fetrace e da CUT; Anatalisa Sales, da Secretaria de Comunicação da Fetrace; Francimar Silva, presidente da Fetrace; Ana Neta, diretora do Sindicato dos Comerciários de Juazeiro e Região; Lúcia Silveira, presidenta interina da CUT Ceará; Fátima Bandeira, da Secretaria de Mulheres do PT Ceará; Gacyela Lima, da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT; entre outras representantes. Eles foram responsáveis pelo acolhimento e pela saudação inicial.
Segunda Mesa
Na segunda mesa de discussão, foram abordados temas fundamentais, como Saúde Reprodutiva, os impactos do PL 1904/24 e a legalização do aborto. Mariana Lacerda e Raquel Viana do Movimento Negro Unificado (MNU) participaram do debate, junto com Fátima Lacerda, que discutiu o tema “Saúde Reprodutiva e os Impactos do PL 1904/24 na Vida das Mulheres Negras”. O evento contou também com a presença da deputada estadual Larissa Gaspar, que destacou a luta das mulheres pela legalização do aborto.
Mariana Lacerda abordou a importância da educação sexual e do ensino sobre como as crianças podem se proteger de abusos. Fátima Lacerda criticou a criminalização do aborto legal e a morosidade estatal em casos de pedido de aborto, que frequentemente ultrapassa as 22 semanas. Larissa Gaspar apresentou estatísticas sobre estupros contra mulheres e crianças, enfatizando a necessidade urgente de leis específicas para enfrentar essas questões, sem esquecer que o aborto legal é questão de saúde pública.
Após as palestras, o microfone foi aberto para que as participantes pudessem compartilhar seus relatos, esclarecer dúvidas e discutir temas como assédio moral no trabalho. Também foi abordado o desafio de conversar com mulheres sobre aborto legal e estratégias para fortalecer a causa.
Coletivo de Mulheres da Fetrace
Ao final do encontro, foi constituído o novo Coletivo de Mulheres da Fetrace, um grupo de trabalho dedicado a fortalecer as pautas e demandas das mulheres.