Uma data dedicada à conscientização e à luta contra a lgbtfobia, visando promover uma sociedade sem preconceitos, inclusiva e igualitária. Suas raízes remontam à Revolta de Stonewall em Nova York, em 28 de junho de 1969, quando frequentadores LGBTQIAPN+ do bar Stonewall Inn se manifestaram contra invasões policiais e violência, desafiando um sistema legal que historicamente criminalizava sua existência.
A violência contra LGBTQIAPN+ no Brasil:
Segundo o Atlas da Violência do IPEA, houve um aumento significativo de violência contra pessoas LGBTQIAPN+ em 2022 no Brasil, com 8.028 casos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), um aumento de 39,4% em relação a 2021. O salto entre 2021 e 2022 foi o segundo maior da série histórica, destacando um alarmante aumento da violência contra essa população.
Do total de vítimas em 2022, 72,5% eram homossexuais e 27,4% eram bissexuais. A maioria das vítimas eram mulheres (67,1%), sendo predominantemente negras (55,6%). As pessoas homossexuais afetadas tinham em sua maioria entre 15 e 34 anos, enquanto as bissexuais eram mais jovens, com a maioria entre 15 e 29 anos.
Em relação à identidade de gênero, 4.170 travestis, homens e mulheres trans foram vítimas de violência em 2022, um aumento de 34,4% em relação ao ano anterior. Mulheres trans representaram a maior parte das vítimas (66,3%), seguidas por homens trans (19,5%) e travestis (14,3%). Pessoas negras foram as mais afetadas em todas as categorias de identidade de gênero, com destaque para as travestis, em que 61,8% das vítimas eram negras.
Ainda, segundo o Atlas da Violência, nos últimos anos, as democracias enfrentam uma crise global com o aumento da extrema direita, a erosão dos espaços democráticos e retrocessos nos direitos conquistados por grupos marginalizados. No Brasil, essa tendência foi marcada pela ascensão de Jair Bolsonaro, que consolidou políticas e discursos antidemocráticos como parte da normalidade democrática. Isso resultou no desmonte e na reconfiguração da ação governamental, com redução ou remoção de políticas públicas, afetando especialmente grupos como pessoas negras, indígenas, povos tradicionais, mulheres e LGBTQIAPN+.